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Pandemia mudou modo como pessoas dão 'match', diz chefe do Tinder

Sábado, 17 de Julho de 2021 | 8 min de leitura
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Deslizar para esquerda ou para a direita, o gesto típico de quem usa o aplicativo Tinder, parece não ser mais suficiente para os solteiros vivendo no contexto de isolamento durante a pandemia de coronavírus.

O "match", a confirmação de que os dois lados se interessaram reciprocamente, era antes apenas um pontapé para o encontro presencial — mas isso mudou com o novo cenário de intensas interações virtuais, disse à BBC o diretor do aplicativo, Jim Lanzone.

Agora, o Tinder está passando por uma reformulação para que os perfis sejam apresentados de forma mais "holística", para que os usuários possam se conhecer bastante online.

As mudanças refletem uma nova postura, explica Lanzone, 50 anos, na única entrevista concedida no Reino Unido antes da reformulação do aplicativo.

"Como sabemos, nos últimos 15 a 18 meses, as pessoas realmente se abriram para se conhecer virtualmente antes de definirem relacionamentos offline; ou se abriram até para ter relacionamentos virtuais", afirmou o diretor do Tinder.

"A maior tendência aqui é que as pessoas no Tinder, saindo da pandemia de covid… elas só querem desacelerar as coisas e se conhecer muito mais antes de decidirem 'dar o match' e de encontrar alguém offline."

Os dados do aplicativo indicam que o número médio de mensagens enviadas por dia aumentou 19% em comparação com o período anterior à pandemia, e as conversas são 32% mais longas.

Metade dos usuários da Geração Z, como são normalmente classificados aqueles nascidos entre 1997 e 2015, teve encontros por conversa de vídeo e um terço fez mais atividades virtuais em conjunto, diz a empresa.

A reformulação manterá a opção de uma pessoa deslizar para a direita se tiver interesse em outra, e para a esquerda se não. No entanto, as pessoas terão "mais ferramentas para mostrar uma versão mais multidimensional de si mesmas", de acordo com Lanzone, que mora em San Francisco, Estados Unidos, e se tornou CEO do Tinder durante a pandemia no ano passado.

Os novos recursos incluem a opção de adicionar vídeos aos perfis e buscas mais precisas — por exemplo, alguém pode dizer ao aplicativo que quer encontrar pessoas que tenham animais de estimação ou que gostem de aventuras.

Pela primeira vez, os usuários poderão bater um papo com alguém antes de dar "match", usando um recurso que lhes pede para dar sua opinião sobre um tópico.

Outros aplicativos de namoro — como o Hinge, que pertence à mesma empresa do Tinder, e o Bumble — já pedem aos usuários que respondam a perguntas e também postem fotos.

Mas Lanzone explica que esses aplicativos são destinados àqueles que procuram um relacionamento sério — um "estágio diferente" das pessoas na casa dos 20 anos que estão "abertas a uma gama mais ampla de possibilidades".

A decisão do Tinder de se concentrar mais em vídeos vem em um momento em que a popularidade do TikTok continua a crescer. ByteDance, a empresa chinesa por trás do aplicativo de vídeo de grande sucesso, viu seus lucros dobrarem no ano passado.

Lanzone disse que os jovens da Geração Z, hoje cerca de metade dos usuários do Tinder, "vivem de vídeos, e por isso espera que estes usuários do Tinder atualizem constantemente seu perfil — em vez de ficar um tempo com o mesmo conjunto de vídeos e fotos.

Os dados do Tinder sugerem que usuários mais jovens valorizam em um parceiro a autenticidade e a abertura. Há também mais menções à saúde mental e a palavras como "ansiedade e" normalizar " nos perfis.

Lanzone garante que o Tinder não se tornará uma mídia social, ao contrário do rival Bumble.

No entanto, o diretor afirma que a pandemia tirou as pessoas da trajetória linear do namoro que, em princípio, envolvia buscar candidatos no Tinder, dar "match", combinar um encontro, ter um relacionamento e se casar.

"No verão passado (no hemisfério norte), quando houve uma flexibilização antes da próxima onda (de covid-19) chegar, a tendência mudou muito rapidamente. Foram menos encontros para tomar um drink, e mais para fazer uma trilha juntos."

Há "muito mais" em conhecer alguém "do que apenas dar 'match' e bater um papo rápido antes de se encontrar offline", acrescentou ele.

"Acho que é hora de darmos às pessoas mais ferramentas para mostrar uma versão mais multidimensional de si mesmas."

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Fonte: Correio Braziliense