Há muitos anos o Conselho Missionário Indigenista (Cimi) vem denunciando, em seu relatório anual sobre a violência contra os povos indígenas, a presença de garimpeiros e madeireiros no interior da Terra Indígena Roosevelt e o eventual aliciamento de indígenas. No documento divulgado em 2011, com dados do ano anterior, o conselho, vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), apontou que a invasão e a extração ilegal de diamantes tinha voltado a se intensificar a partir de 2001 “destruindo o meio ambiente, contaminando a água e o solo, e levando doenças como a malária a se proliferar” entre os índios.
Em 2004, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou a criação de um grupo operacional para coibir a exploração mineral em terras indígenas. Um decreto presidencial de 17 de setembro apontou a necessidade de que “os diversos agentes e órgãos públicos federais responsáveis” atuassem de forma articulada para coibir a extração mineral ilegal não só na Terra Indígena Roosevelt, mas também no Parque Indígena Aripuanã, Serra Morena e Aripuanã, igualmente localizadas na divisa entre os estados de Rondônia e Mato Grosso. O decreto, no entanto, foi revogado em fevereiro de 2020.
Ao longo dos anos, a PF e outros órgãos vêm realizando recorrentes ações para coibir o garimpo ilegal na região. Em outubro de 2019, por exemplo, agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da PF e militares do Exército e da Aeronáutica que participavam da Operação Verde Brasil localizaram e destruíram maquinários usados em garimpos ilegais. Dada a dificuldade de remoção, parte dos equipamentos apreendidos foi destruída no próprio local.
Em julho deste ano, policiais federais e servidores do Ibama voltaram a encontrar no interior da Terra Indígena Roosevelt uma grande estrutura destinada ao garimpo ilegal de diamantes. Na véspera, os mesmos servidores públicos já tinham chegado a pontos de garimpo ilegal na Terra Indígena Sete de Setembro, entre Cacoal (RO) e Espigão do Oeste (RO), onde se surpreenderam com a “vasta destruição ambiental” causada pelos criminosos.
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